A mata
atlântica já tem menos de 7% de remanescentes. Hoje há 6,98% de sua
cobertura vegetal, segundo levantamento parcial feito pela ONG SOS Mata
Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e
divulgado ontem em SP.
A
redução porcentual verificada entre 2000 e 2005 é mínima, mas não em
números absolutos. Em cinco anos, foram desmatados 95.066 hectares,
equivalente a 8 mil Maracanãs. É muita vegetação derrubada para o bioma
mais desmatado do país, um dos mais ameaçados do mundo e que guarda em
locais de difícil acesso, como a Serra do Mar, seus maiores estoques.
Originalmente
havia 136 milhões de hectares de mata atlântica. Em oito Estados
analisados, sobram 9,47 milhões de hectares das florestas, restingas e
mangues que formavam o bioma quando os portugueses chegaram. Goiás
foi o que desmatou num ritmo mais alto: 7,94% do que existia no Estado
até 2000, passando de 41.800 mil hectares de floresta para 38.841
hectares, uma perda de 3.319 hectares.
Contudo,
foi o Paraná que perdeu a maior área: foram derrubados 28.142 hectares
de florestas e 87 hectares de restingas, ou 1,34% do que existia no
Estado - e 29,7% de todo o desmatamento registrado na mata atlântica no
período estudado.
Para
o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Rasca
Rodrigues, o número deve ser comemorado, pois demonstra uma redução no
ritmo de derrubada de 88%, comparado ao período de 1995 a 2000. Quanto
aos motivos que ainda alimentaram o desmatamento, escalona uma série, de
questões econômicas - “no Sul, onde estão os remanescentes, a população
é pobre e tem lucro com a madeira” - a políticas - “há um confronto
constante com os interesses locais”.
Ele
também indica o crescimento da indústria da celulose no Estado como
motor do desmatamento da mata nativa. Em nota oficial, ainda culpa um
incêndio florestal em Bituruna, que consumiu 1 mil hectares, e
assentamentos na mesma região. E diz que, apesar do aparelhamento
crescente da secretaria, é impossível controlar a ação. “O desmatamento é
um ato criminoso, assim como o seqüestro. Mas não dá para colocar um
guarda em cada árvore.”
Fonte: O Estado de S. Paulo, Cristina Amorim, colaborou Giovana Girardi,13/12/2006.
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